#oscar2021 - Façam as suas apostas!
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"Nomadland" - Favoritismo com crítica social e produção modesta |
A mais importante premiação do
cinema acontece neste domingo (25). O Oscar 2021. E o público amante do cinema
vem torcendo pelos seus favoritos e fazendo suas apostas nas redes sociais.
Em um ano atípico que promete
muitas mudanças, não só por conta da pandemia, como não poderia deixar de ser,
a cerimônia reserva outras grandes surpresas.
É certo que a Covid 19 obrigou o
adiamento da data para hoje, 25 de abril. A quarta vez que isso acontece na
história de 93 anos da premiação. O formato do cerimonial também ganha mudanças
inéditas. Apenas os indicados, apresentadores e seus acompanhantes devem
comparecer pessoalmente ao evento, além da equipe técnica, obviamente.
A apresentação logo mais vai se
dividir entre a Dolby Theater, a tradicional casa do Oscar em Hollywood, e
a Union Station, estação de trem no centro de Los Angeles, local mais
amplo onde será possível manter o distanciamento entre os convidados. O formato
hibrido é uma estratégia para evitar a transmissão fria completamente
remota que não teve boa audiência no Emmy e no Globo de Ouro.
Mas os sinais de um novo tempo vão
muito além dos protocolos de distanciamento por conta da Covid-19. A gradual
consolidação do movimento hashgtag #OscarsSoWhite (algo como "O Oscar
é tão branco"), que viralizou desde 2015, pressionando Hollywood a privilegiar
cada vez mais a diversidade em suas indicações, juntamente com os cinemas
fechados e estreias em plataformas de streamings, fez com que a Academia abrisse
os olhos para produções mais modestas e oxigenando o favoritismo entre atores
negros, além de destacar mulheres e cineastas de origem asiática na disputa
pela estatueta de melhor direção.
Boa parte das fichas nas
categorias de interpretação vão para o falecido Chadwick Boseman (Pantera
Negra) e Viola Davis ("A Voz Suprema do Blues"), Daniel Kaluuya
("Judas e o Messias Negro") e a sul-coreana Youn Yuh-jung
("Minari"). A chinesa Chloé Zhao, é favorita para o Oscar de direção
por "Nomadland".
Aliás, a considerar os
prognósticos apontados nas premiações organizadas pelos diferentes sindicatos
de Hollywood, que costumam anteceder o Oscar, ”Nomadland" é o grande
favorito desta noite com seis indicações ao Oscar. Em boa hora pode chegar o
inédito prêmio para resgatar a gigantesca Disney da desconfiança do público
mais exigente após as duras críticas de racismo contidos nos clássicos que a
fizeram rever seus conceitos nestes últimos anos. O curioso é isso acontecer justamente
com um título modesto da franquia Searchlight Pictures, um braço independente da
antiga Fox, hoje do grupo da toda poderosa das animações.
São quatro organizações principais
que podem nortear o caminho das estatuetas. PGA: Sindicato dos Produtores da
América; DGA: Sindicato dos Diretores da América; SAG: Sindicato dos Atores; WGA:
Sindicato dos Roteiristas da América. A maioria dos eleitores desses sindicatos
são os mesmos que votam no Oscar, tornando algumas premiações previsíveis.
Previsíveis sim, certas não.
O prêmio do PGA é o principal
indicador para a categoria de Melhor Filme, o vencedor foi Nomadland,
enquanto a animação foi Soul, da Pixar.
O longa estrelado por Frances
McDormand, apresenta uma trama inspirada no livro de Jessica Bruder e
acompanha uma mulher de 60 anos que perde tudo durante a recessão e passa a
viver como uma espécie de nômade, fazendo trabalhos sazonais enquanto viaja
pelo oeste americano. A animação da Pixar fala sobre vida, morte e
alma. Além de “Nomadland”, o favorito, os outros indicados ao Oscar 2021 de
Melhor Filme são: “Meu Pai”, “Judas e o Messias Negro”, “Mank”, “Minari”, “Bela
Vingança”, “O Som do Silêncio” e “Os 7 de Chicago”.
O DGA premia os melhores
diretores e diretoras do ano. A cerimônia do Sindicato também premiou Chloé
Zhao por “Nomadland” na categoria principal. Zhao segue como a favorita para o
prêmio da Academia. Se isso se confirmar, ela será a segunda mulher a vencer o
prêmio de direção no Oscar, que indicou apenas sete mulheres em toda a história
do Oscar.
O Sindicato dos Atores premiou nas
categorias de atuação “Os 7 de Chicago” com o Melhor Elenco de Filme, e Chadwick
Boseman levou o prêmio de Melhor Ator por “A Voz Suprema do Blues”,
mesmo filme que garantiu Viola Davis ganhadora como Melhor Atriz. Na
parte de coadjuvantes, Youn Yuh-Jung recebeu Melhor Atriz por “Minari”, e
Daniel Kaluuya ganhou por “Judas e o Messias Negro”.
Ainda correm entre os indicados ao
Oscar 2021 de Melhor Ator, além de Boseman: Riz Ahmed por “O Som do
Silêncio”, o veterano Anthony Hopkins por “Meu Pai”, Gary Oldman com “Mank”
e Steven Yeun em “Minari”.
As indicadas ao Oscar 2021 de
Melhor Atriz: Viola Davis, como não poderia ficar de fora, Andra Day por “The
United States vs. Billie Holiday”, Vanessa Kirby por “Pieces of a
Woman”, Frances McDormand por “Nomadland” e Carey Mulligan por “Bela
Vingança”.
Os indicados para Melhor Ator
Coadjuvante são Sacha Baron Cohen por “Os 7 de Chicago”, Daniel
Kaluuya por “Judas e o Messias Negro” – favorito, Leslie Odom
Jr. por “Uma Noite em Miami”, Paul Raci por “O Som do
Silêncio” e Lakeith Stanfield por “Judas e o Messias Negro”.
Ao Oscar de Melhor Atriz
Coadjuvante estão no páreo: Maria Bakalova por “Borat: Fita de Cinema
Seguinte”, a veterana Glenn Close por “Era uma Vez um Sonho”, Olivia
Colman por “Meu Pai”, Amanda Seyfried por “Mank”. Yuh-Jung
Youn por “Minari” – favorita.
O WGA, que escolhe os melhores
roteiros do ano aconteceu nessa quarta, 21 de abril. Melhor Roteiro Original
foi para “Bela Vingança”, escrita por Emerald Fennell; Melhor Roteiro
Adaptado: “Borat: Fita de Cinema Seguinte”, Roteiro de Sacha Baron Cohen &
Anthony Hines, Dan Swimer, Peter Baynham, Erica Rivinoja, Dan Mazer, Jena
Friedman e Lee Kern.
Confira os indicados ao Oscar
Melhor Roteiro Original: “Judas e o Messias Negro”, “Bela Vingança” (Favorito),
“O Som do Silêncio” e “Os 7 de Chicago”.
Os indicados ao Oscar de Melhor
Roteiro Adaptado são “Borat: Fita de Cinema Seguinte” (Favorito), “Uma Noite em
Miami”, “O Tigre Branco”.
A pandemia forçou ainda diversas
mudanças nas regras da Academia. Com o fechamento de cinemas, o lançamento
disponível por meio e formato digitais também está permitido. Este fator foi
fundamental para ampliar a quantidade de filmes feitos originalmente para
plataformas de streaming, como a NetFlix.
Se há alguns anos o júri dos
festivais entortava a boca para esse segmento, entre os estúdios, a
liderança da Netflix é inegável em 2021. A plataforma consolidou sua posição
que já vinha construindo há alguns anos e recebeu 35 indicações: “Mank” (10), “Os
7 de Chicago” (6), “A Voz Suprema do Blues” (5), “Era uma Vez um Sonho” (2), “Crip
Camp” (1), “Destacamento Blood” (1), “Festival Eurovision da Canção: A Saga de
Sigrit e Lars” (1), “Rosa e Momo” (1), “O Céu da Meia-Noite (1)”, “Professor
Polvo” (1), “A Caminho da Lua” (1), “Pieces of a Woman” (1),
“Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca” (1) e “O Tigre Branco”
(1). Também produtora em streamings, o Amazon Studios, ficou com 12
indicações. Entre os outros stremings, a Apple teve duas indicações, e
o Hulu teve uma. Os estúdios tradicionais como Warner (8 indicações),
Disney (8), Focus Features (7), Sony (6), A24 (6) e Searchlight (6).
Depois de uma passagem discreta
por premiações anteriores, “Mank”, filme de David Fincher
produzido pela Netflix, lidera a lista, com dez indicações.
Com prêmios do PGA e do DGA, os
criadores de "Nomadland" já devem estar com seus discursos de
agradecimento preparados e afiados para a noite de premiação. Mas há que se terem
precaução, visto que volta e meia acontecem zebras.
Sem vitória antecipada por essas
organizações o sul-coreano "Parasita", grande azarão no ano passado, derrotou
o favorito inglês "1917".
O mexicano “Roma”, produção da
NetFlix, surpreendeu em 2019 ao abrir a porteira de premiações para a plataforma
streaming com dez indicações, ficando com três estatuetas.
Em 2017, a surpresa foi mais
escandalosa. O musical "La la land" perdeu para "Moonlight",
quando aconteceu aquele mico histórico: a estatueta foi entregue
equivocadamente à equipe do favorito e logo os apresentadores, alertados pela
produção, tiveram que corrigir o erro interrompendo os discursos e pegando de
volta o prêmio para entregar aos verdadeiros ganhadores.
Isso significa que, com tantas mudanças no Oscar
2021, improvável podem acontecer dando um gostinho a mais na audiência e quebrando
a banca de apostas.
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