Este é o Miscelânea, por Júlio Lucas

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Duas publicações de Dermival Rios estão previstas para breve. Veja um pouco da trajetória do cronista e dicionarista baiano

 Quem pensa que Dermival Ribeiro Rios tem descansado pelo fato de manter-se recolhido no sítio onde vive com a professora Márcia Auad, na Estrada da Fazenda Velha, em Jequié, engana-se. A produção do cronista e lexicógrafo está a todo vapor. Há algum tempo que ele tem se dedicado a projetos pessoais e nos próximos meses deverá acontecer importantes lançamentos para nossas letras. Pela Editora Ponto e Vírgula vem o Minidicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, obra organizada conforme o Acordo Ortográfico. Em seguida será a vez do Dicionário do Falar Baiano sair do prelo.
Membro fundador da Academia de Letras de Jequié, cujo patrono é Ruy Espinheira, Dermival Rios nasceu no sul da Bahia na cidade de Ibirataia, na fazenda de cacau de seus avós. 
Em 1969, após terminar o segundo grau, estudou Ciências Sociais na Escola de Sociologia e Política (1972) e na PUC (1974/75). Dividido entre os estudos e a necessidade de trabalhar, não concluiu o curso. 
O jovem Dermival Rios ingressou no jornal Folha de S. Paulo (1960-61), como revisor, e na Editora Melhoramentos (1962-64). Nesta equipe, onde figuravam conhecidos nomes da cultura nacional, como Theodoro Henrique Maurer Jr., M.B. Lourenço Filho, Alceu Maynard de Araújo, Francisco Marins, Luíz Gonzaga Fleury, Tassilo Orpheu Spalding, participou da feitura de uma das obras mais importantes da lexicografia da época, o Novo Dicionário Brasileiro Melhoramentos. 
Nos bicudos anos da ditadura militar, em 1969, entre agosto e setembro foi preso político Em sua cela, entre outros, estava o professor Platão Salvioli e ao lado estava o ator Paulo César Pereio. Ficou impossível viver em São Paulo desde então. Não se sentia seguro, muito menos depois de ter sido preso como subversivo e sob a falsa acusação da prática de ações terroristas. 
No final de 1969, casado com Ana Rios, optou por prestar serviços como free-lancer a várias pequenas e médias editoras paulistanas. Foi o revisor e supervisor editorial do Dicionário da Língua Portuguesa, do professor Silveira Bueno (Editora Fortaleza) e editou pela Rideel um pequeno Dicionário de Sinônimos e Antônimos. Em 1980, fundaria a Livraria Sol, na Rua 2 de Julho, em Jequié. Ponto de encontro de jornalistas, intelectuais e poetas, ali eram realizados lançamentos de livros de autores regionais e de expressão nacional. A Sol prestava grande serviço de utilidade pública à cultura local dando apoios possíveis tanto aos escritores e poetas, como aos artistas de modo geral: pintores, atores de teatro, entre outros. 
Dermival Rios foi Chefe de Gabinete (1989-1991), e em seguida o primeiro Secretário de Cultura, Lazer e Esporte (91-92) no primeiro governo do Prefeito Luís Amaral. Por esse período coordenou a edição do livreto Jequié, síntese histórica e informativa (1992) e do volume Jequié, poesia e prosa (1992). Em Salvador, organizou para a Editora do Brasil duas obras: A Descoberta da Comunicação, (Língua Portuguesa para as séries do ensino fundamental), em parceria com a professora Normândia Lima, (1994), e um Dicionário do Estudante (1995). Nos anos seguintes foi editor do jornal A Folha, com Almenísio Carvalho, enquanto continuava ligado à lexicografia. No centenário da emancipação política de Jequié, organizou para a Academia de Letras local a obra comemorativa Cem Anos de Poesia e Prosa, que reuniu textos em prosa e versos de dezenas de jequieenses do final do século XIX aos nossos dias. 
Publicou, ainda, entre outras obras: Dicionário Global da Língua Portuguesa, em 2001, e um Dicionário de Sinônimos e Antônimos, em 2005 (ambos pela Editora DCL, de São Paulo). Em 2009 assumiu a Secretaria Municipal de Governo da Prefeitura de Jequié, até abril de 2011, ano em que seria publicada a segunda edição ampliada de Jequié – Síntese Histórica e Informativa.
Veja mais detalhes da história do lexicógrafo e cronista Dermival Rios na próxima edição da Revista Muito Mais.

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