O Dia do Escritor, comemorado nesta segunda (25 de julho), teve como destaque no Jornal A Tarde o livro do jequieense Domingos Ailton. A reportagem assinada pelo jornalista Juscelino Souza, da Sucursal de Vitória da Conquista, no Caderno 2 (Caderno de Cultura), fala do processo de criação literária do escritor jequieense, da influência do estilo amadiano no seu trabalho ficcional e de como Domingos Ailton escreveu Anésia Cauaçu. O romance histórico é baseado em relatos orais e trabalhos escritos sobre o banditismo e o coronelismo na região de Jequié, a exemplo de matérias da época em que viveu a cangaceira veiculadas no jornal A Tarde e Diário de Notícias, e em pesquisas científicas, como a tese de mestrado da professora Márcia Auad, da Uesb, e no livro do historiador Émerson Pinto de Araújo.
O romance revela que Anésia Cauaçu foi uma mulher que esteve à frente do seu tempo. Além de anteceder Maria Bonita no Cangaço, ela liderava um bando, foi a primeira mulher no sertão de Jequié a montar de frente e usar calças compridas para facilitar os combates, lutava capoeira e tinha uma pontaria invejável. No romance - baseado em fatos reais e lendas que podem virar série de TV e quase chegaram às telas de cinema através de um projeto não concluído de um longa metragem do escritor e ator Lula Martins - Anésia fazia uma reza que "a permitia em muitos momentos envultar (desmaterilizar-se) e transformar-se numa rocha ou em um toco de árvore”, conta Domingos. Para compor os personagens, o escritor ouviu relatos de pessoas que chegaram a conhecer personagens do romance, como a centenária Alvina Ferreira, que conviveu com Anésia Cauaçu e morreu aos 112 anos e seu Braulino Antônio de Souza. Este último morreu aos 96 anos, não sem antes ter conhecido o pai de santo Heitor Gurunga, que confeccionou balas a partir do chifre de um boi preto e entregou a José Cauaçu, irmão de Anésia que atirou e matou Zezinho dos Laços em 1911. Fato ocorrido há cem anos, por conta de Zezinho ter mandado matar Augusto, primo dos irmãos Cauaçus, que se tornaram cangaceiros.
A reportagem mostra também fotos de Domingos Ailton nas proximidades da Pedra do Curral e do Morrinho da Matança. Cenários onde ocorreram os fatos reais das brigas entre cangaceiros e os jagunços e a polícia, locais também que estão na obra ficcional do escritor jequieense.
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