Mais uma explosão em reator aumenta risco de vazamento nuclear

Usina nuclear de Fukushima: explosão em dois compartimentos de reatores

Uma explosão na usina de energia nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, nesta segunda-feira (horário local, fim de noite no Brasil), levantou nuvens de radiação a partir da área atingida e os níveis de radiação no local ultrapassaram o limite permitido, informou a agência Kyodo. A explosão, ocorrida no reator número 3 da planta número 1 da usina, segundo analistas, teria sido causado por uma concentração muito alta de hidrogênio, após os reatores terem sido inundados com água salgada, do mar, para que não derretessem e gerassem um acidente nuclear de grandes proporções.

– Acreditamos que tenha havido uma explosão devido ao hidrogênio, mas não sabemos, imediatamente, se isso afetou o reator – disse o porta-voz da usina, Ryo Miyake.

Desde o terremoto, seguido do tsunami, na véspera, as autoridades japonesas tentam evitar o superaquecimento de vários reatores, em meio ao temor de que haja uma fusão do núcleo. A situação é preocupante desde que no sábado ocorreu uma explosão em uma das usinas de Fukushima, onde se tenta diminuir a temperatura dos reatores em ebulição.

O porta-voz governamental japonês, Yukio Edano, reconheceu no domingo (horário local) a possibilidade de outra explosão no recipiente secundário de contenção do reator três pela acumulação de hidrogênio, embora tenha ressaltado que o incidente não causaria danos graves.

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse nesta manhã, em Tóquio, que a situação na usina nuclear de Fukushima Daiichi permanece grave e que as autoridades estão fazendo o que está ao alcance das possibilidades para evitar uma catástrofe nacional ainda maior.

– O terremoto, seguido do tsunami e dos incidentes nucleares têm gerado a maior crise já vivida pelo Japão nos últimos 65 anos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial – afirmou Kan. Texto originalmente publicado no http://correiodobrasil.com.br