Este é o Miscelânea, por Júlio Lucas

Leia no seu idioma preferido:

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

PAUSA PARA POESIA: DESARTE

Atelier de Francis Bacon


DESARTE


Desenho o rumo oposto
da criação
O que já foi obra-prima
Não passa de rascunho
intenção

Sou atelier
Repleto de molduras ansiosas
E pincéis de cores mortas
Esquecidos pelo vão

Traço destroços
De horizonte sem perspectiva
Natureza morta
Paisagem sem luz
Corpo sem forma

Arte em decomposição
Sem ponto de fuga
Sem renascença
Sem expressão

Matizes mórbidos
Que não passam de borrão
Sem musa
Sou esboço do que já fui
noutra estação


Júlio Lucas (02/01/05)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

QUEM INTERESSAR POSSA: