Este é o Miscelânea, por Júlio Lucas

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Chegou a vez de Jequié: I FESTIVAL DE MÚSICA INSTRUMENTAL DO INTERIOR DA BAHIA

Nove atrações agitam o Centro de Cultura ACM 
nos dias 17, 18 e 19 de dezembro


Robertinho Silva, considerado um dos melhores
percussionistas brasileiros, é atração do Festival em Jequié

O jequieense Beto Martins - que desponta entre os grandes
instrumentistas da Bahia - fará duo com  o premiado Marcel Freire
para mostrar várias possibilidades da bateria


Depois do sucesso em Cachoeira, no Recôncavo, agora é a vez do Sudoeste baiano curtir as atrações do I Festival de Música Instrumental do Interior da Bahia, nos próximos dias 17, 18 e 19 de dezembro, na cidade de Jequié, no Centro de Cultura. Durante três noites, sempre a partir das 19 horas, estarão se apresentando músicos e compositores locais, regionais, de Salvador e dois convidados de renome internacional, vindos do Rio de Janeiro: o percussionista Robertinho Silva e Ronaldo do Bandolim. 
Os ingressos custam R$ 2,00 (inteira) e R$ 1,00 (meia). Além dos shows, o público conhecerá a Exposição Multimídia do Festival de Música Instrumental da Bahia, e suas 16 edições realizadas em Salvador. O Festival de Música Instrumental do Interior é um evento inédito, com o patrocínio da Petrobras e Ministério da Cultura; apoio financeiro do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado. Realização da Associação Instrumental da Bahia e tem produção da Mil Produções. A curadoria é do maestro Zeca Freitas e do pianista Fernando Marinho.


PROGRAMAÇÃO:
Dia 17, sexta-feira: Sociedade Filarmônica Amantes da Lira (Abertura); EBMB – com os bateristas Beto Martins e Marcel Freire (Jequié); o rock de Adson Sodré Trio (Jequié); o baixista Luciano Calazans (Salvador), com participação especial do percussionista Robertinho Silva (RJ); Dia 18, sábado: o quarteto de contrabaixo elétrico Baixaria (Vitória da Conquista); o sanfoneiro Zé Araújo (Santo Antonio de Jesus); o choro do grupo Mandaia (Salvador), com participação especial de Ronaldo do Bandolim (RJ). Dia 19, domingo: mais chorinho com Os Chorões do Recôncavo (Cachoeira); a performance da Contrabanda (Vitória da Conquista), e a originalidade da Banda de Boca (Salvador).
Ainda como parte da programação, serão realizados workshop e master class gratuitos, no Centro de Cultura ACM, das 10 às 13 horas, reunindo músicos locais e artistas do Festival. Em destaque, temas como a manutenção e conservação dos instrumentos musicais, performance dos músicos no palco, técnicas de improvisação e incentivo à pesquisa do repertório musical, entre outros. 

EXPOSIÇÃO E HISTÓRIA - Depois da inauguração em Cachoeira, a Exposição Multimídia do Festival de Música Instrumental da Bahia chega a Jequié, mostrando as 16 edições realizadas em Salvador, principalmente no Teatro Castro Alves, desde os anos 1980 até 2009. O material audiovisual foi editado por alunos do Curso de Cinema e Vídeo da Universidade Federal do Recôncavo, sob a coordenação do professor Adriano de Oliveira. A exposição, que inclui programas gravados pela TV E Bahia, tem a curadoria de Fernando Marinho e dos fotógrafos Roberto de Sousa e Sora Maia. Em sua importante trajetória, o Festival apresentou espetáculos com os maiores nomes do gênero da Bahia e do Brasil, como o mestre Sivuca, Wagner Tiso, Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos, Victor Biglione, César Camargo Mariano, Hamilton de Holanda, Jacques Morelenbaum, Spok Frevo e Rumpilezz.

Amantes da Lira, criada há mais de 60 anos, vai
representar todas as filarmônicas da Bahia
“AMANTES DA LIRA” - O Festival está homenageando todas as filarmônicas da Bahia e, em Jequié, elas estarão representadas pela Sociedade Filarmônica Amantes da Lira, fundada em 1949, por Argemiro Teixeira de Melo. Hoje, a banda, com 27 músicos, é conduzida pelo maestro Givaldo Cruz da Conceição, e eles vão se apresentar na Abertura do Festival (17). “As filarmônicas são o principal grupo instrumental do interior baiano e elas existem na maior parte das cidades, reunindo pessoas de qualidade que são loucas e apaixonadas por música. As filarmônicas, para mim, são a grande escola, o mais importante centro social, uma verdadeira agremiação musical”, diz o curador Fernando Marinho.


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AS ATRAÇÕES DO FESTIVAL:

17/12 (SEXTA-FEIRA)

EBMB – BETO MARTINS E MARCEL FREIRE (JEQUIÉ) Dois bateristas no mesmo palco, utilizando composições próprias em cima de programações eletrônicas com o uso de instrumentos reais e sintetizados. Eles têm como proposta mostrar o lado rítmico e melódico, enfatizando o caráter composicional da bateria, não apenas como um instrumento de acompanhamento. Marcel Freire é graduado em Música pela Universidade Católica do Salvador. Ganhou o 3º lugar no 1º Festival da Odery Drums e Modern Drummer, em Belo Horizonte, em 2007. Beto Martins constrói uma carreira consistente, viajando por todo o Brasil, e trabalhando em estúdios de gravações.

ADSON SODRÉ TRIO (JEQUIÉ) - Formado por Anderson Sodré (bateria), David Macedo (baixo) e liderado por Adson Sodré (guitarra), o trio desenvolve seu trabalho sobre o rock instrumental, com influências desde a música nordestina, passando pelo progressivo, jazz fusion e vertentes do rock. Em 2010, Adson Sodré concluiu o seu primeiro CD, “É assim que sou. Assim que soou”. O músico é muito conhecido no meio gospel com gravações de CDs e DVDs. Adson já participou do “Troféu Talento” (2007 a 2009), o maior evento da premiação gospel no Brasil, acompanhando grandes intérpretes do gênero. Em 2008 o trio foi atração do festival da revista Guitar Player, executando, além de músicas próprias, o cover “Damage Control” do famoso guitarrista John Petrucci, com vídeo postado no youtube.

ROBERTINHO SILVA (RJ)  (Foto: Rudi Daugsch) - Percussionista e baterista, possui um toque muito forte, dando ritmo poderoso por detrás de uma variedade de tambores e de exóticos instrumentos de percussão brasileiros. É reconhecido como um dos melhores bateristas brasileiros, tocando e gravando com celebridades como Cauby Peixoto, Tom Jobim, Milton Nascimento, Airto Moreira, Wagner Tiso, Dori Caymmi e Gilberto Gil. Participante do Tropicalismo, foi cofundador do Som Imaginário, junto com o tecladista Wagner Tiso, em 1970. Gravou o primeiro álbum solo na série MPB Contemporânea em 1981(Polygram), tendo como convidados Raul de Souza e Egberto Gismonti. Nos anos 90, criou sua própria banda, Robertinho Silva e Família, que inclui os filhos Ronaldo e Vanderlei.

Luciano Calazans - baixista baiano
respeitado nacionalmente
LUCIANO CALAZANS (SALVADOR) - Baixista, arranjador, compositor e produtor musical conhecido e respeitado nacionalmente, tocou com as maiores estrelas do cenário musical da Bahia e do Brasil. Com mais de 200 trabalhos gravados, tocou com estrelas da Axé Music e da MPB. Participou de grandes festivais, com nomes como Pat Metheny, Ron Carter, Herbie Hancock e Tom Jobim, entre outros. Em 2003 gravou seu primeiro álbum intitulado “Contrabaixo Astral”. Além do projeto “Luciano Calazans & Ufonia”, o baixista toca e faz direção musical do cantor Ricardo Chaves. É diretor musical da banda do Projeto Tamar, composta por funcionários e biólogos que atuam em Praia do Forte e adjacências.

18/12 (SÁBADO)

QUARTETO DE CONTRABAIXO ELÉTRICO “BAIXARIA” (VITÓRIA DA CONQUISTA) - Curiosamente denominado “Baixaria”, por contar com a simultaneidade de quatro baixistas (Felipe Moreno, Jackes Douglas, Pablo Morais e Luciano PP), o grupo traz uma formação ousada, levando para a frente do palco um instrumento considerado de modo preconceituoso como “secundário”. O quarteto pretende apresentar o que há de melhor, tanto na composição e na interpretação, com músicas inéditas e releituras de clássicos da MPB e da World Music.

ZÉ ARAÚJO (SANTO ANTONIO DE JESUS) – Nascido em Santa Bárbara, radicado em Feira de Santana, começou a tocar aos 4 anos com uma sanfona “pé de bode” de quatro baixos. Aos 8 anos, passou a tocar na Rádio Cultura, já com uma sanfona de oito baixos. Zé Araújo é defensor intransigente do “forró pé-de-serra” e da música de raiz, embora toque todo tipo de repertório, inclusive música clássica, tal a sua versatilidade. O sanfoneiro ganhou diversos prêmios em festivais. Gravou cinco discos, com a maioria das canções de sua autoria, compostas com o talento de um nordestino que ama o que faz.

RONALDO DO BANDOLIM (RJ) – Artista de renome internacional, vem percorrendo os meios musicais há mais de trinta anos. Nos anos 60, integrou o grupo “Os Jovens da Velha Guarda”, optando pela pesquisa do choro e clássicos brasileiros. Em 1974, passou a integrar o mais famoso conjunto de choro, o “Época de Ouro”, no espetáculo “Sarau”, com Paulinho da Viola, Elton Medeiros e o jornalista Sergio Cabral. Com este conjunto realizou diversas turnês, culminando com o 1º Free Jazz Festival e o projeto Brasil Musical em 1995. Apresentou-se ao lado de consagrados artistas como Silvio Caldas, Cartola, Nelson Cavaquinho, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Altamiro Carrilho, Abel Ferreira, Waldir Azevedo, Rafael Rabello, Arthur Moreira Lima e outros. Nos anos 90 gravou com Marisa Monte e criou o elogiado “Trio Madeira Brasil”, ao lado dos violonistas José Paulo Becker e Marcello Gonçalves, recebendo indicações para o Prêmio Sharp.

GRUPO MANDAIA (SALVADOR) – Criado em 2003, com um repertório de grandes compositores brasileiros de vários períodos: Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Tom Jobim, Jacob do Bandolim, Codó, Maestro Almiro, Radamés Gnattali, Baden Powell, Armandinho, Hermeto Pascoal. Apesar da preferência pelo choro, o grupo incorporou a seu trabalho ritmos regionais como o baião, o maracatu e o samba. O primeiro CD foi lançado em maio de 2007 no Clube do Choro de Brasília, considerado o melhor e mais cogitado espaço da MPB instrumental, frequentado por artistas como Hermeto Pascoal, Hélio Delmiro, Armandinho, Yamandu Costa, Marcos Pereira e Hamilton de Holanda. Integrantes: Lula Gazineu (violão, voz, direção musical); Anne Morgana (flauta) Helio Gazineo (volão),Messias Brito (cavaquinho; Sergio Coentro (percussão); Raul Pitanga (percussão).

19/12 (DOMINGO)

BANDA DE BOCA (SALVADOR) - Uma das mais originais novidades musicais brasileiras. Tem como característica a perfeita reprodução com a voz do som de instrumentos como a guitarra, baixo, violino, violoncelo, percussão, bateria, sopros e até o triângulo. Criada em 1999, a banda reúne Hiran Monteiro, Neto Moura, Poliana Monteiro, Arno Hübner e Fábio Eça. Com arranjos próprios, interpreta da MPB ao clássico, passando por ritmos nordestinos, o pop, funk e samba de roda. Em 2002 teve o reconhecimento nacional ao obter, em São Paulo, o 2o lugar no V Prêmio Visa de MPB - Edição Vocal, concorrendo com dois mil candidatos. O show “A voz como instrumento” 2006-2007 conquistou três prêmios no Troféu Caymmi. O CD “Banda de Boca pras Crianças” foi indicado ao Grammy Latino 2010.

OS CHORÕES DO RECÔNCAVO (CACHOEIRA) - A ideia de formar o grupo surgiu em um festival de instrumentistas realizado na cidade baiana de São Félix, no qual se destacaram dois jovens integrantes da filarmônica Lyra Ceciliana: Nilton de Azevedo e Aradson Alves, que decidiram convidar outros colegas para formar um grupo de choro, o que até então não era uma muito comum no Recôncavo. Com o apoio da Lyra Ceciliana, formaram os “Chorões do Recôncavo”. O grupo vem crescendo a cada dia e eles já se apresentaram em várias cidades como Recife, São Paulo, Salvador e Lençóis, na Chapada Diamantina.

CONTRABANDA (VITÓRIA DA CONQUISTA)- Eles gostam de expressões como “criação espontânea” e “quanto mais atentos, mais nuanças são percebidas”. Além da proficiência técnica, Luciano PP (Contrabaixo), Cristian Reis (Guitarra), Abdalan da Gama (Trompete & Flugelhorn) e Otávio Henrique (Percussão) formam a Contrabanda, um grupo de instrumentistas que cultiva a paixão pela boa música. Músicos com diversos e distintosbackgrounds e formações contribuem na elaboração de um repertório que valoriza o que ficou imortalizado como música de qualidade indiscutível.

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