MUNDO CÃO

No início da noite deste Domingo de Páscoa o pânico se instaurou entre boa parte dos moradores do bairro do São Judas Tadeu, em Jequié. Dois pitbulls adultos saíram espalhando terror por onde passavam pelas imediações do Supermercado Rick. Correram atrás de crianças, tentaram invadir casas para pegar cães domésticos. Todos trancaram-se em suas residências para não serem estraçalhados pelos animais que, pelo comportamento extremamente agressivo, pareciam ter sido treinados como máquinas de guerra.
Ao ligar para o serviço de emergência 190 um cidadão ouviu do atendente da corporação que a única solução eram os próprios moradores (os quais, protegidos por um portão de madeira, lutaram por alguns minutos com paus e pedras para espantar as feras) tentarem encontrar o dono para prendê-las. Ao insistir que não saíria com os cães raivosos do lado de fora, que não estava equipado como a polícia, e que bichos poderiam atacar inclusive idosos e crianças de uma igreja evangélica que se encontrava em culto, com as portas abertas, o atendente do 190 perguntou "o que a polícia pode fazer?”, e repetiu que os moradores que tinham que resolver o problema.
A indignação maior, não se sabe se foi pelo susto e alto risco que correram os moradores ou pela resposta do policial. O que deve ter sido um ato isolado de despreparo ao atender a comunidade e não a atitude de quem segue procedimento padrão da Policia Militar da Bahia.
Depois de algum tempo, provavelmente através de outras ligações, o Corpo de Bombeiros apareceu no local procurando os cães e os donos. Felizmente ninguém saiu ferido. Permanece apenas aquela sensação de insegurança que não cura, não cicatriza, não parece ter remédio neste mundo cão.