Este é o Miscelânea, por Júlio Lucas

Leia no seu idioma preferido:

terça-feira, 14 de junho de 2011

PAUSA PARA POESIA: Canção de depois de tanto (Ruy Espinheira Filho)

Canção de depois de tanto
a Roniwalter Jatobá

Vamos beber qualquer coisa,
que a vida está um deserto
e o coração só me pulsa
sombras do Ido e do Incerto.

Vamos beber qualquer coisa,
que a lua avança no mar
e há salobros fantasmas
que não quero visitar.

Vamos beber qualquer coisa
amarga, rascante, rude,
brindando sobre o já frio
cadáver da juventude.

Vamos beber qualquer coisa.
O que for. Vamos beber.
Mesmo porque não há mais
o que se possa fazer.


Ruy Espinheira Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário

QUEM INTERESSAR POSSA: