Jequié: São João 2011 valeu a pena

Elba e praça lotada - música de qualidade sempre terá público

Depois dos dias 23 e 25 de junho, com uma média de 70 mil pessoas por noite transitando entre as praças da Bandeira e Ruy Barbosa através das ruas e avenidas adjacentes, visitantes e jequienses podem sair por aí afirmando que o São João passou por Jequié. 

Comerciantes e vendedores ambulantes, prestadores de serviços de hotelaria, de bares e restaurantes, taxistas e mototaxistas, artesãos, empresários e autoridades políticas também saem na euforia dizendo que o São João passou por aqui.

Elba e dominguinhos juntos na última noite

O São João passou por Jequié com grandes e diversificadas atrações, com segurança e organização, com vários setores da sociedade e órgãos públicos empenhados para garantir aos foliões a satisfação com o que viu, ouviu e curtiu no último fim de semana. 

Nos três palcos (dois instalados na Praça da Bandeira e um na Praça Ruy Barbosa) se apresentaram grandes artistas como Elba Ramalho, Dominguinhos, Canários do Reino, Cavaleiros do Forró, Saia Rodada, Rosy & Banda, Lordão, Forrozão Valter Queiroz e muitas atrações locais. 

EVOLUÇÃO - Ao longo de uma década, através de várias administrações, a compreensão de que os festejos juninos são de fato a maior festa cultural e popular do município vem ganhando sustentação. De lá para cá muitas configurações conceituais e de infraestrutura foram aplicadas até atingir o formato grandioso e diversificado da atualidade. 

Gente de todas as idades encantada com show

Mesmo enfrentando setores da sociedade organizada e opositores que enxergam a grande festa apenas pelo viés comercial e político, a atual gestão submeteu a organização do evento sob a responsabilidade da SECUT – Secretaria de Cultura e Turismo. De lá para cá o São João de Jequié ganhou a dimensão cultural que merece sem abrir mão do apelo comercial para atrair público cada vez maior. 

ACERTOS - Robério Chaves, secretário Municipal de Cultura e Turismo, e a comissão organizadora acertaram em vários pontos: na escolha das atrações; no exaustivo diálogo com vários setores envolvidos na festa (imprensa, barraqueiros, ambulantes, segurança, saúde, demais secretarias municipais e conselhos); nas felizes intervenções no layout do circuito, distribuindo melhor a localização de capeteiros (coqueteleiros), barraqueiros e ambulantes e na exigência de uma infraestrutura que atenda às necessidades por custos competitivos. 

Saia Rodada - forró moderno com competência

A escolha do jequieense global, Zéu Britto, para animar a festa nos intervalos ao lado do tradicional casal de caipiras Caxangá e Fulô foi como milho para a canjica, como quentão para as noites de inverno. Divertiu o público, agradou aos artistas, aumentou a notoriedade do evento junto à mídia. Valorizou o evento.

A sala de imprensa, pleiteada por mim desde 2009 (quando atuava como Diretor de Comunicação Social do Municipio), com visão privilegiada e acesso à internet aos profissionais do setor, foi outro passo para a profissionalização do evento que com pequenos ajustes funcionará bem melhor no próximo ano. 

Zéu Britto e Rosy - momento divertido de
grande interação entre os artistas da terra

Também não podemos esquecer a Caravana do São João. Criada meses antes do período junino para reforçar a divulgação através de inventivo marketing direto itinerante, levando o convite a várias cidades do estado, incluindo a capital baiana, com um grupo pé de serra, casais de dançarinos e promotoras capitaneados por Caxangá e Fulô. 

Alguns pontos deixaram a desejar sem, no entanto, ofuscar o sucesso do São João de Jequié que atingiu o status de um dos destinos mais requisitados pelos visitantes de várias partes da Bahia e até de outros estados. 

O incidente com uma das atrações mais esperadas, Cavaleiros do Forró, foi um dos poucos fatos que deram corda para a turma do contra reclamar. A fim de atende sua concorrida agenda, a banda foi responsável pela alteração da programação da noite e tocou por menos de uma hora. O desrespeito deixou muitos fãs que chegaram mais tarde indignados por não terem assistido à principal atração da primeira noite de festa na Praça da Bandeira. 

Walter Queiroz - presença ilustre na Vila Junina

DECORAÇÃO E VILA JUNINA - Na opinião de muitas pessoas, a economia com a decoração diminuiu o colorido da festa, principalmente na Praça Ruy Barbosa, onde funciona a Vila Junina desde o dia 14 de junho. Idealizada há 7 anos, a Vila Junina já atingiu seu formato ideal há alguns anos e merece ser tratada com o mesmo carinho que muitas famílias jequieenses e turistas demonstram ao escolher ali o seu canto cativo para passar as noites de festejos. A proposta original é fazer da praça uma ambientação que reproduza um genuíno arraial, onde pessoas de todas as idades possam se divertir com os folguedos e forrós pé de serra. Poucos dos pequenos comerciantes que funcionam durante todo o ano nos quiosques da praça investiram na decoração dos seus estabelecimentos. 
Nota para as atividades voltadas para a criançada que até de contação de histórias participou. Além de quebra-pote, pau de sebo, apresentação de quadrilhas e do teatro mambembe.

SEGURANÇA - Embora tenha realizado mais uma vez excepcional trabalho, a Polícia Militar merece melhor aparelhamento no próximo ano com detectores de metal nos principais pontos de acesso à festa, como divulgado, para diminuir ocorrências mais graves. 
Num esforço conjunto, Conselho Tutelar, promotores, juízes, comissários de menores e autoridades policiais se empenharam para garantir proteção aos menores. Para o ano que vem devem planejar ações conjuntas em maior abrangência para recolher crianças sem responsáveis no circuito do evento. Com o avanço das drogas, tem crescido o número de menores em situação de risco.

CONSTATAÇÃO - Mas nada foi mais emblemático que a noite de sábado (25). A Praça da Bandeira lotada de pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais, jequieenses e visitantes, juntos encantados com a apresentação de Dominguinhos (homenageado de 2010) e Elba Ramalho (homenageada deste ano). 
Ao contrário do que alguns (de)formadores de opinião ainda insistem em dizer, e bem longe dos famigerados refrões de artistas meteóricos que fazem apologia a bebedeiras e orgias, por alguns anos antes de sumirem do mapa, o mar de gente (80 mil pessoas) dançando e cantando feliz e pacificamente ao som de atrações nacionais de qualidade musical inquestionável faz reafirmarmos que o povo gosta do que é bom, desde que tenha acesso, e que o verdadeiro São João passou por Jequié mais uma vez.
FOTOS: Zenilton Meira / SECOM - Jequié