Este é o Miscelânea, por Júlio Lucas

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Um ano sem Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança

No dia 12 de janeiro de 2010, o mundo foi abalado por uma triste notícia. Em meio a tragédia do Haiti, o furioso terremoto de magnitude 7, que deixou 220 mil mortos, o Brasil perdia também Dra. Zilda Arns Neumann, médica pediatra e sanitarista brasileira, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança. 
Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, a partir de 1983, a convite da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dra. Zilda começou a ser conhecida no país ao criar a Pastoral da Criança juntamente com o presidente da CNBB na época, Dom Geraldo Majella, Arcebispo de Londrina, que posteriormente passaria a ser Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, cargos eclesiásticos dos quais se afastou hoje (12/01/11) com a oficialização da sua aposentadoria. 
A Pastoral acompanha quase dois milhões de crianças menores de 6 anos de idade em mais de quatro mil municípios brasileiros. No período de 25 anos de existência mais de 261 mil voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social.
No dia 12 de janeiro de 2010, Zilda Arns encontrava-se em Porto Príncipe, no Haiti, em missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança naquele país. Pouco depois de proferir uma palestra dentro de uma igreja para cerca de 15 religiosos de Cuba, o país foi atingido por um violento terremoto. Logo se espalharia pelo mundo a triste notícia de que a notável brasileira, que em 2006 chegou a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz, foi uma das vítimas fatais daquela catástrofe natural. 
Além da Pastoral da Criança, Dra. Zilda também fundou e coordenava a Pastoral da Pessoa Idosa e participava como representante titular da CNBB no Conselho Nacional de Saúde, e como membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

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A seguir, trechos do último discurso proferido por Zilda Arns


"(...) Sabemos que a força propulsora da transformação social está na prática do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o Amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover montanhas."Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social, fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar esforços para alcançar os objetivos, servir com humildade e misericórdia, sem perder a própria identidade.
Cremos que esta transformação social exige um investimento máximo de esforços para o desenvolvimento integral das crianças. Este desenvolvimento começa quando a criança se encontra ainda no ventre sagrado da sua mãe. As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças.
Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los."

Zilda Arns Neumann

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