Este é o Miscelânea, por Júlio Lucas

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terça-feira, 29 de março de 2011

Salvador: 462 anos de história do Brasil

Salvador, a terceira maior capital do país, nesta terça (29 de março), completou 462 anos de fundação. A cidade mais antiga do Brasil foi planejada pela habilidade da engenharia naval dos portugueses. Que desde o século XV, quando dominaram os mares, tornaram-se os senhores absolutos do tráfico de escravos e do comércio de especiarias entre oriente e ocidente. 
Mas, o processo de colonização no Brasil foi lento e desordenado. Diversos modelos foram testados. O das capitanias hereditárias, por exemplo, permaneceu por séculos, até a extinção da última em 1763. Seus resquícios perduraram até os dias de hoje nos chamados latifúndios rurais. 

FUNDAÇÃO
Era necessário a organização de um Governo Geral para zelar pelas capitanias. O que aconteceu justamente com a fundação de Salvador em 1549. Planejada para ser o centro do poder da colônia, o braço administrativo do império português neste lado do Atlântico, a principal função da sede era fortalecer e organizar as capitanias. 
A fundação exata de Salvador, com direito a inauguração oficial e discurso é uma incógnita da história. Ninguém sabe exatamente quando a cidade, construída para ser a sede do Governo Geral português no Brasil, ficou pronta. Acredita-se que foi no final de abril. Por convenção, os membros do Instituto Geográfico e Histórico definiram como aniversário da cidade o dia 29 de março, provável data, em 1549, do desembarque de Thomé de Souza na enseada atualmente conhecida como Porto da Barra. 

MISSÃO DO GOVERNADOR-GERAL
A difícil missão do primeiro governador geral era construir uma “fortaleza grande e forte”; percorrer todas as capitanias apaziguando a ambição dos donatários mais espertos, como Duarte Coelho, o dono das terras de Pernambuco; combater a pirataria na costa; escravizar os índios e usá-los para desenvolver a lavoura canavieira. O que não deu certo e provocou o início da exploração da mão-de-obra africana no Brasil. Tudo isso em três anos, o tempo máximo que a coroa havia instituído para que o poder se mantivesse nas mãos de um único homem. Apesar da restrição, alguns governadores ficaram no cargo até 15 anos, como Mem de Sá. E, ao contrário do que muita gente pensa, não tivemos apenas três governadores-gerais. Essa forma de administração durou até 1808, com a chegada da família real portuguesa. 49 homens exerceram a função, mas a partir de 1763, eles eram conhecidos como vice-reis. 
O rei D. João III havia entendido que o sistema de capitanias hereditárias só daria certo se houvesse um representante da coroa por perto para dar suporte e também fiscalizar os donatários. Além disso, quando as noticias dos ataques indígenas e de piratas chegaram a Portugal, juntamente com a informação das mortes de alguns donatários, o soberano percebeu que deixar a colonização unicamente nas mãos da iniciativa privada era ilusão. Se vivesse nos dias de hoje, D. João III seria o pai das PPPs (Parcerias Público Privadas). 

PLANOS E REGIMENTO
Insatisfeito com a falta de rumo na administração do Brasil, ele instituiu o Governo Geral e autorizou a construção de uma cidade-fortaleza para servir de sede administrativa. Com base nas antigas fortificações medievais e na obra do arquiteto romano Vitrúvio, mandou planejar a cidade inteira. 
Também autorizou a elaboração do regimento de 40 itens, com todos os direitos e deveres da função de governador, normas para a construção da cidade fortaleza, regras de conduta dos colonos, procedimentos para cobrança de impostos e aplicação da justiça. O documento é considerado um esboço do que no futuro seria a Constituição, guardadas as devidas proporções. 

THOMÉ DE SOUZA: ENÉRGICO
Com todos os planos traçados, designou Thomé de Souza, experiente militar de 48 anos, com serviços prestados na África e nas Índias para fundar Salvador e implantar o Governo Geral, para por ordem no caos que imperava no Brasil. Homem duro, de poucas palavras, com fama de sensato e dotado de muita energia, era filho ilegítimo do prior (um tipo de padre) José de Souza e irmão do donatário da capitania de São Vicente, Martin Afonso de Souza. Veio para cá com um salário de 400 mil réis anuais e trazendo na bagagem o regimento, as plantas baixas para construção da cidade-fortaleza, padres jesuitas, degredados para servir de peão-de-obra, alguns soldados para guarnecer a cidade e a disposição de tratar os tupinambás a bala. 
Não houve meio-termo durante os anos de colonização, os índios que não se submeteram foram mortos ou morreram de fome ao ser expulsos de suas terras. 

DE VILA À CIDADE-FORTALEZA
Mapa é de 1631 mostra o núcleo original do povoamento de Salvador
Na chegada à enseada da Barra, encontrou os moradores da antiga Vila Velha do Pereira. Aldeia fundada pelo donatário da capitania da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho, morto pelos tupinambás no ano anterior. A vila era também a morada do casal Catarina Paraguaçu, filha de um chefe tupinambá, e Diogo Alvarez Correa, conhecido como Caramuru, um branco que vivia entre os índios, falava sua língua e que seria de grande ajuda ao processo civilizatório de Thomé de Souza. 
A posição vulnerável da vila velha levou Thomé de Souza a organizar uma expedição para encontrar o local ideal onde a cidade-fortaleza deveria ser construída. Após a inspeção, o governador escolheu o topo de uma montanha que, além de segura, oferecia visão privilegiada da baía. 

CIDADE ALTA E CIDADE BAIXA
Considerada uma espécie de Lisboa dos trópicos, Salvador foi construída em dois níveis desde a sua origem. Na cidade baixa, onde hoje está o bairro do Comércio, ficavam o porto, os armazéns, a igreja de Nossa Senhora da Conceição (construída em madeira na sua origem). 
No topo da montanha, a cidade propriamente dita não passava de um punhado de ruas estreitas e organizadas em forma de labirinto, na área entre as praças da Sé e Municipal. No centro do largo ficava o palácio de Thomé de Souza, feito em madeira e palha, porque não havia pedras disponíveis. A sede do poder instituído no Brasil era o atual endereço do Elevador Lacerda. Mais especificamente, a moradia e local de trabalho de Thomé de Souza ficava onde hoje existe o palácio Rio Branco. Nessa região, também havia a Vereança, atual Câmara dos Vereadores. 
O Centro Histórico, que inclui Pelourinho, Terreiro de Jesus, Santo Antonio Além do Carmo e São Bento, são as expansões extra-muros da cidade. Nos primeiros anos de fundação, Salvador, cercada por muros de taipa e com portões que se fechavam à noite, desenvolveu-se muito e precisou ser ampliada para acomodar a população cada vez mais numerosa. 

CAPITAL POR 200 ANOS
A cidade de Thomé de Souza, um arruado medieval minúsculo, um posto militar com função administrativa, por ser a sede da coroa nas Américas, teve um impulso de crescimento espantoso. No final do século XVI, era a mais importante cidade colonial portuguesa. Antes da construção de Salvador, não havia cidades no Brasil. Existiam algumas vilas como a de São Vicente. 
Durante mais de 200 anos, a cidade foi capital do Brasil, até 1763, quando o governo geral ganhou o nome de vice-reinado e a sede administrativa passou a ser o Rio de Janeiro, que se manteve como capital até a fundação de Brasilia, em 1961. 
Mesmo não sendo mais a capital a partir do século XVIII, a antiga Cidade da Bahia, como Salvador era conhecida, manteve o status de importante entreposto comercial até meados do século XIX, graças especialmente aos mil quilômetros quadrados da baía de Todos os Santos. 

SALVADOR, HOJE 

Com privilegiada faixa litorânea de 69,5 quilômetros, e área total de 706,799 km², Salvador ocupa atualmente a posição de terceira capital mais populosa do Brasil, com 2.676.606 habitantes, de acordo com o Censo 2010, do IBGE. 

O PIB é de R$ 14.218.146.000,00 e a Renda Per Capita de R$ 5.402,00. As principais atividades econômicas da Região Metropolitana de Salvador são: indústria, comércio, serviços e turismo cultural. O IDH do município é de 0,805 (PNUD - 2000).
Com texto da jornalista Andreia Santana, postado no http://conversademenina.wordpress.com e dados do site oficial da Prefeitura Municipal de Salvador: http://www.salvador.ba.gov.br/

2 comentários:

  1. sem querer querendo eu entrei neste blog e achei interessante pois fala da minha terra natal

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  2. oi o meu mone e taina tenho 13 anos sou de madre de deus tenho 3 irmaos qui eu amo muito de coraçao um si chama kauan e o outro e taiwan e a outra e andresa e a minha mae e paula catarina e o meu pae e antonio marcos da comceiçao dos santos e so

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